quinta-feira, 30 de junho de 2016

Abertura

Jabberwocky


Solumbrava, e os lubriciosos touvos
Em vertigiros persondavam as verdentes.
Trisciturnos calavam-se os gaiolouvos,
E os porverdidos estriguilavam fientes.

“Cuidado, oh filho, com o Jabberwock prisco!
Os dentes que mordem, as garras que fincam!
Evita o pássaro Júbaro e foge como corisco
Do frumioso Bandersnatch”.

O moço pegou da sua espada Vorpal,
E por delongado tempo o feragonista buscou.
Repousou à sombra da tutumeira,
E em lúmbrios reflaneios mergulhou.

Em turbulosos pensamentos assim quedava,
Quando o Jabberwock, olhos a raisluscar,
Veio flamiscuspindo por entre a mata brava.
E borbulhava ao chegar!

Um, dois! E por entre a pele espessa,
A espada Vorpal foi por fim cravada!
Deixou-o lá morto, cortou-lhe cabeça,
E tornou galorfante à morada.

“Mataste então o Jabberwock!
Te estreito no peito, meu Resplendoroso!
Ó gloriandei! Calou! Caléi!
E em sua alegria ele riu, puro gozo.

Solumbrava, e os lubriciosos touvos
Em vertigiros persondavam as verdentes;
Trisciturnos calavam-se os gaiolouvos
E os poverdidos estriguilavam fientes.





Adaptação da tradução de Maria Luiza X. de A. Borges para Jabberwocky, de Lewis Carroll